quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ad infinitum


Um amigo se foi.
Quando o vi pela última vez, foi falastrão como sempre: narrou uma improvável aventura vivenciada em algum dos vários lugares que havia visitado. Sua vida parecia ser uma fonte inesgotável de boas histórias, uma vida que qualquer um gostaria de ter para si e, por isso, sempre o vi com admiração. Afinal, são essas as vidas que valem a pena serem vividas, certo? Que a festa nunca termine.

Quando o vi pela última vez, trocamos algumas rápidas impressões sobre coisas que gostávamos de fazer, tais como curtir a vida noturna ou ficar doidão de vez em quando, e como não fazíamos mais isso com a mesma vontade adolescente de muitos anos antes. É possível que houvesse nele um certo pesar que era o meu próprio, sobre coisas do passado, ao lembrar de um tempo em que todos éramos jovens, os amigos estavam sempre presentes, a vida era uma festa e o futuro nunca chegava.

Quando o vi pela última vez, senti que estávamos em sincronia, porém, ao que parece, havia nele pesares maiores do que os meus. Sempre pensei que com o passar dos anos todas as pessoas que conheci ficariam bem e, caso contrário, acontecesse o que acontecesse, sempre haveria alguém lá para elas. É duro, mas não é assim que funciona.
Muito triste pela perda ou feliz com as recordações alegres, minha vida é minha própria e continuo seguindo em frente.

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